quarta-feira, 7 de outubro de 2009

LÚCIO FLÁVIO PINTO CONTRACORRENTE O FILME PARTE 1

LÚCIO FLÁVIO PINTO CONTRACORRENTE O FILME PARTE 2

CARTA AO LÚCIO FLÁVIO PINTO

Estimado Lúcio:
Talvez eu seja tendencioso demasiado para falar sobre como (o)correu a estréia do meu filme CONTRACORRENTE lá na Marambaia, bairro periférico onde morei desde 1973 e de onde jamais saí porque lá moraram meus pais e ainda moram alguns irmãos, além de amigos com os quais partilho ações como o Projeto TELA DE RUA, organizado pelo Movimento Cultural da Marambaia (MOCULMA), do qual sou um dos fundadores (15 anos) e com o qual eu sempre colaborei.
Sou suspeito para falar e tudo o que eu disser poderá ser usado contra a minha pessoa, mas ousarei fazê-lo.
A Praça Tancredo Neves, onde realizamos esta sessão pública de CINEMA DE RUA, que é um projeto desenvolvido por diversos ativistas e coletivos que usam o cinema, o vídeo e o audiovisual como instrumentos de guerrilha e de (trans)formação das consciências, necessariamente rompendo velhos paradigmas estabelecidos e obedecidos pela indústria cultural, é um espaço de RESISTÊNCIA.
Resistência porque ali – historicamente - naquela Praça aconteceram grandes cenas culturais organizadas pela própria comunidade, independentemente do Poder Público.
Resistência porque as pessoas que participaram da estréia do CONTRACORRENTE no dia 5 de outubro de 2009, elas estavam na Praça muito mais do que para ver um filme e pela sua via aprender com as tuas palavras e pela forma corajosa como manifesta os teus pensamentos, mas também para manifestar a solidariedade de uma comunidade a um jornalista que não pode ter o seu inalienável direito à liberdade de expressão cassado pelos setores mais atrasados deste Estado.
As pessoas que assistiram ao meu filme, todas elas, Lúcio, não concordam que tu sejas perseguido política e juridicamente.
Quem assistiu ao CONTRACORRENTE fortaleceu mais um projeto de inclusão cultural e social do MOCULMA e respeitou a cidadania da periferia.
A Marambaia é solidária.
Nós, que passamos a tarde do dia 5 de outubro a fazer discurso no carro-som, enquanto convocávamos a comunidade, fizemos questão de denunciar o sistema judiciário paraense, absoluta e absurdamente atrelado ao poder econômico.
Nós dissemos em alto em bom som para que todos ouvissem que estamos solidários com a tua causa Lúcio, porque te admiramos e te respeitamos e também porque consideramos um ataque à demcoracia esta tentativa de cercear a tua pena.
Sem perder a ternura, antes da sessão de estréia do filme do qual és protagonista e no qual afirmas que de certa forma tu te sentes numa guerra perdida – talvez porque fales para o deserto (já que nesta Belém, os intelectuais estejam todos surdos)! – nós fizemos questão de abrir o microfone aos poetas, porque eles, com os seus versos, sublimam esta realidade com uma visceralidade transformadora, que nos remete a sentimentos mais humanos, verdadeiros.
E os poetas - entre eles o Caeté, o Marcelo Sebastião, o Cuité, o Carlos Pará –; e as lideranças políticas – o Dimmy, o Joel, o Júnior, o Cristiano -; e os artistas – Arthur Leandro, Fernando Pádua, Luizan Pinheiro, Bruna Suelen -; e as dezenas de pessoas que participaram deste ato MARAMBAIA SOLIDÁRIA naquele singelo momento estavam todos contigo, meu camarada.
Foi uma demonstração inequívoca de que asociedade civil - ao menos esta parcela periférica da sociedade - largou de mão o seu medo e a sua indiferença para assumir a sua posição diante deste atentado á democracia em pleno século XXI.
De minha parte eu só tenho a agradecer ao MOCULMA pela oportunidade e também a ti, por me teres concedido o sagrado privilégio de comungar de tua presença e de te entrevistar para este filme, o CONTRACORRENTE, que se torna ele próprio num ato solidário.
Saudações.
Francisco Weyl
PS: publiquei a notícia da Record no Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=fHhFG82wy_Y)

REPORTAGEM TV RECORD

CONTRACORRENTE


O projeto Tela de Rua fará o lançamento do Cine-clube MOCULMA - Movimento Cultural da Marambaia que em parceria com o Cineclube Amazonas Douro, têm a honra de convidar a comunidade paraense para a estréia do filme Contracorrente, de Francisco Weyl.O documentário, segundo o seu realizador, é um ato político-cultural em solidariedade ao jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, o qual sofre diversos ataques judiciais e físicos inclusive, contra sua postura crítica e denuncista.
No Filme, Lúcio fala sobre liberdade de imprensa, mídia e poder, jornalismo e política.O jornalista, crítico pela sua própria natureza, é diretor do JORNAL PESSOAL e tem se destacado na luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos, colocando a sua vida e a sua profissão ao serviço das causas mais importantes do seu tempo.Serviço: Lançamento do Filme Documentário "Contracorrente" do Cineasta Francisco Weyl.Dia: 05/10/2009 (Segunda-feira)Hora: 20h.Local: Praça Tancredo Neves, Marambaia. (Próximo ao final da Linha do Marambaia Ver-o-Peso)Maiores Informações: (91) 8711-8628 / 8174-5995 / 8179-6684 Fonte: Assessoria de Comunicação MOCULMA e Francisco Weyl.

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