sexta-feira, 28 de agosto de 2009

BRAZYL PRA TRÁS

CINEMA DE RUA - VENHA VER A UTOPIA ACONTECER NA TERRA FIRME

CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

A experiência da troca de conteúdos e vivências proporcionada pela participação nos DIÁLOGOS CINECLUBISTAS – A fala das práticas - Relatos de experiências e rodas de diálogos, evento livre, democrático e independente, realizado nos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2009 em locais onde são desenvolvidas as mais diversas praticas cineclubistas em Belém e em Ananindeua, trouxe para os seus participantes a certeza de que o CINECLUBE é um espaço de construção de aprendizados e diálogos democráticos e necessariamente uma ferramenta educativa capaz de formar consciências e culturas poéticas e visuais, pelas quais o ser humano pode vir a criar e a produzir um novo pensamento, assim como a arte na sua plenitude política e libertária.
Nesse sentido, nós, abaixo-assinados, realizadores, produtores e técnicos, atores e atrizes, cineclubistas, críticos e pesquisadores, exibidores e amantes do cinema, representantes de projetos e organizações com forte atuação em Belém e em Ananindeua, resolvemos tornar pública a CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, com o objetivo de refletir, compartilhar e sugerir idéias e propostas para fortalecer o cinema, o audiovisual e o cineclubismo no Estado do Pará.

CONSIDERANDO:
Que a dimensão continental e a diversidade cultural amazônidas são fatores que devem ser referenciados de forma a que sejam rompidas as amarras impostas pelo processo colonizador que cria padrões culturais e mediáticos - internacional e nacional -, que dificulta o direito à produção do conhecimento pelos povos de nossa Região;
Que a produção e a difusão audiovisual que considerem identidades e modos de vida na Amazônia são premissas básicas para que instauremos um processo de construção de novas perspectivas poéticas e visuais capazes de fazer frente às referências audiovisuais impostas pela indústria cultural;
Que é inalienável o direito dos realizadores paraenses garantirem que os seus filmes sejam vistos pela comunidade, do mesmo modo que é também inalienável o direito do povo paraense e amazônida de ter acesso às obras cinematográficas e reflexões críticas produzidas na Região e no mundo;
Que esta consciência também é uma garantia de fortalecimento do atual momento, pelo resgate da memória do cinema e do imaginário de si mesmo;
Que o atual estágio de amadurecimento coletivo das organizações culturais autônomas amazônidas está em sintonia com o avanço dos movimentos sociais;
Que o CINECLUBE tem características colaborativas e solidárias, pelo que as suas atividades são desenvolvidas de forma democrática, mediante compromisso ético e cultural, sem fins lucrativos;
Que as ações de caráter cineclubista dependem de atores voluntários que não economizam esforços para realizar as suas intervenções, na medida em que são amantes do cinema e acreditam na construção de uma cultura visual poética e estética capaz de propor a reflexão crítica amazônida e democratizar a cultura cinematográfica mundial;
Que os praticantes do cineclubismo consolidam e ampliam os circuitos de exibição e fortalecem uma cadeia produtiva (audiovisual e intelectual) solidária, com investimento na economia local, de modo que para as práticas cineclubistas são fundamentais e para a divulgação das obras cinematográficas, na medida em que as tornam conhecidas da comunidade.

PROPOMOS:

Apoio a campanhas e iniciativas promovidas pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC) e pelo Conselho Nacional de Cineclubes (CNC);
Implementação de políticas públicas de fomento e fortalecimento da atividade cineclubista no Estado de Pará;
Estadualização dos editais nacionais do audiovisual;
Inclusão de ações de fomento à atividade cineclubista no Plano Estadual de Cultura e nos editais que venham a ser lançados no campo audiovisual paraense;
Inclusão da participação de pessoas físicas em editais cineclubistas (o fomento estatal deve assimilar à dinâmica e a complexidade cineclubista como um movimento que não necessariamente está vinculado a entidade com corpo jurídico consolidado);
Criação da bolsa-cineclube;
Criação de bolsas de pesquisa em cinema e cineclubismo;
As ações governamentais devem necessariamente interiorizar as ações cineclubistas;
Fortalecimento da Rede Paraense de Cineclubes, fazendo distribuir informação, artigos, cartas, manifestos e vídeos em redes sociais, listas de discussão de redes afins, estreitando a comunicação entre outras redes de cineclubes na Região Amazônica e do mundo;
Criação da Comissão Organizadora da JORNADA PARAENSE DE CINECLUBES, com designação de autonomia para desenvolver uma proposta estrutural de realização da mesma;
Criação da Federação Paraense de Cineclubes;
Apoio as organizações sociais que desenvolvem ações cineclubistas no Estado do Pará;
Estímulo à criação e acompanhamento de novos cineclubes, dentro de uma política de economia solidária, embutida em uma estrutura de formação, pesquisa, reflexão, produção, exibição, distribuição e preservação da cultura audiovisual paraense e amazônida;
Apoio à deslocamento para participação dos cineclubes paraenses nos eventos estaduais, nacionais e internacionais;
Investimento em publicações referentes ao movimento cineclubista, como artigos, críticas e material impresso de divulgação coletiva das programações;
Investimento no Circuito Paraense de Cinema em toda a rede de cineclubes, estadual, nacional e internacional, em parcerias diretas com instituições e empresas;
Investimento na distribuição e exibição do acervo de produções do audiovisual paraense e amazônida;
Digitalização e disponibilização à comunidade, inclusive pela inernet, do acervo do Museu de Imagem e Som – MIS;
Promover intercâmbios para fortalecer a rede solidária cineclubista;
Inclusão das organizações de cineclubes nos colegiados de decisão das políticas públicas do setor cultural;
Participação das organizações de cineclubes nos espaços públicos cinematográficos (Cine-Teatro Líbero Luxardo, Maria Silva Nunes, Cine Acyr Castro e Cinema Olímpia);
Inclusão de propostas cineclubistas em projetos como Escola Aberta e outros desta natureza;
Criação da CINEMATECA DO PARÁ, com estrutura para consulta e empréstimo de acervo, assim como a criação de um banco de memória e da história do audiovisual e do cineclubismo paraense.
Estímulo às práticas cineclubistas em espaços urbanos (praças, ruas, feiras);
Investimento em circuitos cineclubistas com a produção audiovisual desenvolvida pelas comunidades paraenses;
Fomento aos circuitos cineclubistas itinerantes;
Estímulo à produção e difusão cineclubista de filmes destinados ao público infantil;
Estímulo à produção e difusão cineclubista de filmes que tenham como tema as comunidades tradicionais;
Uso da licença “CREATIVE COMMONS” como política de fomento à produção audiovisual;
Distribuição em “CREATIVE COMMONS” dos produtos audiovisuais resultantes de fomentos estatal;
Fortalecimento de experiências cineclubistas desenvolvidas no âmbito da administração pública, como o CINE-UEPA, CINE-EGPA, CINE PEDRO VERIANO, SESSÃO CULT, e outras;
Investimento para o MAPEAMENTO da produção audiovisual e das práticas cineclubistas paraenses.

ENCAMINHAMENTOS:
Apresentação e discussão da CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM com os gestores da administração;
Divulgação CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM por todos os meios possíveis;
Convocação do movimento cineclubista paraense para a instauração da Comissão Organizadora da JORNADA PARAENSE DE CINECLUBES, com designação de autonomia para desenvolver uma proposta estrutural de realização da mesma, conforme pauta já discutida e definida coletivamente por este movimento, e pactuada por todos os setores para o dia 11 de setembro de 2009, às 15 horas, na Casa da Linguagem.

Independentemente destas propostas que formulamos para que as mesmas sejam levadas ao debate da sociedade e apresentadas aos gestores das instituições públicas culturais bem como a empresas que têm responsabilidade e compromisso com a formação da comunidade, a CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM está aberta para novas adesões e construção de novas propostas.

Belém, 19 de Agosto de 2009

CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM:

Cineclubes:
CINECLUBE ALIANÇA FRANCESA
CINECLUBE AMAZONAS DOURO
CINECLUBE ARGONAUTAS
CINECLUBE CENTRO CULTURAL BRASIL ESTADOS UNIDOS (CINE CCBEU)
CINECLUBE CINEMA NA UTOPIA
CINECLUBE CORREDOR POLONÊS
CINECLUBE MÃE NANGETU
CINECLUBE REDE APARELHO
CINE MOCULMA

Projetos:
PROJETO AZUELAR
PROJETO CINEMA DE RUA
PROJETO IDADE MÍDIA
PROJETO MAZAGÃO
PROJETO RESISTÊNCIA MARAJOARA
REVISTA PARÁ ZERO ZERO

Organizações:
ARGONAUTAS AMBIENTALISTAS DA AMAZÔNIA
ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA (APJCC)
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO POPULAR (CEPEPO)
COLETIVO MARGINÁLIA
FÓRUM DOS POVOS E DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS
INSTITUTO NANGETU DE TRADIÇÃO AFRO-RELIGIOSA E DESENOLVIMENTO SOCIAL
MOVIMENTO CULTURAL DA MARAMBAIA - MOCULMA
PONTO DE CULTURA ANANIN
PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

terça-feira, 25 de agosto de 2009

QUANDO A AMAZÔNIA VIROU VANGUARDA DE CINEMA



Há muito que os realizadores de cinema amazônida falam sem que sejam ouvidos.Há muito que os realizadores de cinema amazônida criam obras sem que seus filmes sejam vistos.Nem a Amazônia não se (re)conhece e nem a Amazônia consegue comunicar a sua diversidade criadora aquém ou além de suas fronteiras. (Parafraseando o grande Glauber: Nem a Amazônia comunica a sua miséria ao homem civilizado, nem o homem civilizado compreende verdadeiramente a miséria do homem amazônida.)Se a Amazônia não (se) comunica não é porque ela não sabe comunicar, mas porque as normas da cultura estabelecida provocam a exclusão das falas e das práticas amazônidas.É a nova forma de apartheid: aqui chegam as boas intenções, não os recursos financeiros. Recebemos os discursos mas não os projetos. E sabemos muito bem porque nos retiram dos grandes planos nacionais.Ignorando e menosprezando a produção do pensamento, assim como as ações concretas no campo da construção de uma cinematografia de natureza afirmativamente amazônida, os média e as academias sempre ao serviço da indústria cultural - justificam o cinemacídio que praticam contra artistas, poetas e todos as gentes compõem este nosso universo mágico.As imitações da pseudo-crítica nacional pelos resenhistas locais e todo este neocolonialismo resignado aos padrões hollywoodianos tem os seus dias contados, na medida em que de forma silenciosa e à margem da história oficial, nós, paraoaras-amazônidas, escrevemos uma nova História - com o que o Pai Arthur conceitua como a tecnologia do possível, ou seja, com nossas câmeras de filmar e todos os equipamentos dos quais dispomos, independentemente de formatos e versões, de forma criativa e necessariamente corajosa.Nós fazemos cinema amazônida.


©Carpinteiro de Poesia e de Cinema
8711 8628 3241 9080 4009 2514

CINEMA DE RUA NA TELEVISÃO

REPORTAGEM VEICULADA NA TV LIBERAL (CANAL 7 - BELÉM DO PARÁ), SOBRE O PROJETO CINEMA DE RUA, QUANDO DA EXBIÇÃO DOS FILMES "CHAMA VEREQUETE" (LUIZ ARNALDO E ROGÉRIO PARREIRA) E "PATATIVA DO ASSARÉ - AVE POESIA" (ROSEMBERG CARIRI), NO ÂMBITO DO CIRCUITO CINECLUBISTA DEMOCRATIZANDO O AUDIOVISUAL.

CONFERÊNCIA RELÂMPAGO

Sessão histórica de cinema - cineclubismo, com a projeção dos filmes CHAMA VEREQUETE (Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira) e AVE POESIA - PATATIVA DO ASSARÉ (Rosembergue Cariri), no âmbito do PROJETO CINEMA DE RUA - coordenado pelos Cineclubes Amazonas Douro, Corredor Polonês e Rede APARELHO.A sessão foi em parceria com o CIRCUITO CINECLUBISTA DEMOCRATIZANDO O AUDIOVISUAL, do Conselho Nacional de Cineclubes e Ministério da Cultura.Dia 6 de agosto de 2009, Belém, Pará, AMAZÔNIA, Brasil - Rua General Gurjão, 253, Campina.Paarticiparam desta sessão várias artistas amazônidas participantes da Oficina do CINE + CULTURA.

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