terça-feira, 25 de agosto de 2009

QUANDO A AMAZÔNIA VIROU VANGUARDA DE CINEMA



Há muito que os realizadores de cinema amazônida falam sem que sejam ouvidos.Há muito que os realizadores de cinema amazônida criam obras sem que seus filmes sejam vistos.Nem a Amazônia não se (re)conhece e nem a Amazônia consegue comunicar a sua diversidade criadora aquém ou além de suas fronteiras. (Parafraseando o grande Glauber: Nem a Amazônia comunica a sua miséria ao homem civilizado, nem o homem civilizado compreende verdadeiramente a miséria do homem amazônida.)Se a Amazônia não (se) comunica não é porque ela não sabe comunicar, mas porque as normas da cultura estabelecida provocam a exclusão das falas e das práticas amazônidas.É a nova forma de apartheid: aqui chegam as boas intenções, não os recursos financeiros. Recebemos os discursos mas não os projetos. E sabemos muito bem porque nos retiram dos grandes planos nacionais.Ignorando e menosprezando a produção do pensamento, assim como as ações concretas no campo da construção de uma cinematografia de natureza afirmativamente amazônida, os média e as academias sempre ao serviço da indústria cultural - justificam o cinemacídio que praticam contra artistas, poetas e todos as gentes compõem este nosso universo mágico.As imitações da pseudo-crítica nacional pelos resenhistas locais e todo este neocolonialismo resignado aos padrões hollywoodianos tem os seus dias contados, na medida em que de forma silenciosa e à margem da história oficial, nós, paraoaras-amazônidas, escrevemos uma nova História - com o que o Pai Arthur conceitua como a tecnologia do possível, ou seja, com nossas câmeras de filmar e todos os equipamentos dos quais dispomos, independentemente de formatos e versões, de forma criativa e necessariamente corajosa.Nós fazemos cinema amazônida.


©Carpinteiro de Poesia e de Cinema
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